sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Filmes Biográficos de Grandes Pintores

Para os estudantes em Artes Visuais, assistir um bom filme biográfico com historias de grandes pintores é uma experiencia gratificante e enriquecedora.
Segue abaixo uma lista com as principais cinebiografias de pintores famosos - das mais óbvias a algumas mais obscuras. Foi deixado de lado documentários, minisséries e filmes para TV com foco em longa-metragens para o cinema.
Os filmes estão em ordem cronológica decrescente, Renoir de Gilles Bourdos/2013 ao Rembrandt de Alexander Korda/1936.
Post original retirado do blog: http://marcelonunesblog.blogspot.com.br/
Autor: Marcelo Nunes
Editado e atualizado para este blog.  
Renoir
França, 2013–Diretor: Gilles Bourdos
Pierre-Auguste Renoir (Michel Bouquet) é atormentado pela morte da esposa, as dores da artrite e a preocupação com o filho Jean (Vincent Rottiers), que luta na 1º Guerra Mundial. Eis que surge em sua vida Andrée (Christa Theret), uma jovem bela e radiante que desperta no pintor uma inesperada energia. Rejuvenescido, Renoir a torna sua musa. Quando Jean retorna à casa do pai para se recuperar de um grave ferimento na perna, ele se envolve com Andrée e a torna também sua musa, mas de um sonho ainda distante: o de fazer cinema. Veja texto completo clicando em mais informações.






Ronda da Noite (Nightwatching)
Holanda, Canadá, Inglaterra, França, Polônia, 2007 - Diretor: Peter Greenaway
O diretor britânico Peter Greenaway estudou pintura na juventude, e uma marca registrada de seus filmes são as composições inspiradas em quadros renascentistas, principalmente dos mestres flamengos. Neste filme, ele investiga o famoso quadro "Ronda da Noite", de Rembrandt, no qual o diretor acredita estarem os acusados de um crime. No ano seguinte, Greenaway faria o documentário "Rembrandt's J'Accuse...!", em que investiga mais a fundo a mesma obra do mestre holandês.






El Greco
Grécia, Espanha, Hungria, 2007 - Diretor: Yannis Smaragdis
O filme mais caro da história da Grécia (6 milhões de euros) dá com os burros n'água ao optar por um formato convencional e arrastado para narrar a vida do pintor El Greco. Exibido na 34ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 2008, a obra conseguiu ser odiada com unanimidade. Roteiro, atores, direção, trilha sonora - nada consegue ir além da mediocridade, prestando um verdadeiro desserviço à memória e à obra do grande pintor da Renascença Espanhola.








Klimt
Áustria, França, Alemanha, Inglaterra, 2006 - Diretor: Raoul Ruiz
O diretor chileno, ainda atuante aos 70 anos, faz um retrato livre e por vezes tortuoso do pintor austríaco Gustav Klimt (1862-1918), interpretado por John Malkovich. Em seu leito de morte em um hospital, Klimt se recorda da Viena do fim do século, das exposições em Paris, de sua família e suas muitas amantes. Uma curiosidade: o filme foi concebido pelo roteirista e diretor vienense Herbet Vesely, que em 1981 realizou o filme "Exzesse" sobre Egon Schiele, contemporâneo e amigo de Klimt.







Sombras de Goya (Goya's Ghosts)
Estados Unidos, Espanha, 2006 - Diretor: Milos Forman
O grande diretor tcheco, vencedor de dois Oscar ("Um Estranho no Ninho" e "Amadeus") uniu-se ao roteirista Jean-Claude Carrière para pintar um quadro sombrio da Inquisição Espanhola. Goya (Stellan Skarsgard) vê sua musa Inés (Natalie Portman) cair nas garras dos inquisidores, enquanto o padre Lorenzo (Javier Bardem) tenta usar de sua influência para libertá-la.










Modigliani, Paixão pela Vida (Modigliani)
EUA, França, Alemanha, Itália, Romênia, Inglaterra, 2004 - Diretor: Mick Davies
Mais uma cinebiografia de Modigliani, esta inferior a "Os Amantes de Montparnasse". Assim como no filme francês, este também se concentra em seu último ano de vida em Paris. Andy Garcia interpreta o pintor italiano e Elsa Zylberstein é Jeanne Hébuterne, a trágica esposa.










Rumo ao Paraíso (Paradise Found)
Austrália, Inglaterra, França, Alemanha, 2003 - Diretor: Mario Andreacchio
Cinebiografia de Paul Gauguin (1848-1903), que abandonou uma carreira sólida como corretor em Paris, a família e os filhos, para tentar se firmar como pintor, indo depois passar uma temporada no Taiti. Kiefer Sutherland e Nastassja Kinski são desperdiçados num bote sem rumo, que nada tem a ver com a estúpida chamada que se lê no DVD brasileiro.











Moça com Brinco de Pérola
(Girl with a Pearl Earring)
Inglaterra, Luxemburgo, 2003 - Diretor: Peter Webber
O grande mérito dos roteiristas e do diretor foi fazer um filme com quase nada, pois pouco se sabe sobre a vida do pintor holandês Johannes Vermeer (1632-1675). O roteiro foi baseado na história, basicamente fictícia, da escritora Tracy Chevalier. Colin Firth e Scarlett Johansson se esforçam para dar algum estofo ao filme que se sustenta principalmente na bela fotografia e na direção de arte.








Frida
Estados Unidos, Canadá, México, 2002 - Diretora: Julie Taymor
Projeto acalentado durante anos por Salma Hayek (que o produziu e protagonizou), o filme se concentra, como não poderia deixar de ser, no relacionamento conturbado de Frida Kahlo (1907-1954) com o pintor e muralista Diego Rivera (Alfred Molina), além dos flertes com gente da estatura de Leon Trotsky (Geoffrey Rush) e seu sofrimento físico. Ashley Judd tem uma participação luminosa como Tina Modotti.











Pollock
Estados Unidos, 2000 - Diretor: Ed Harris
Verdadeiro tour de force de Ed Harris, que produziu, dirigiu e protagonizou a cinebiografia do pintor americano. Seu fascínio por Jackson Pollock (1912-1956) começou simplesmente porque seu pai lhe comprou um livro do pintor por achar que eles se pareciam. Lee Krasner, esposa do pintor, é interpretada com intensidade por Marcia Gay Harden, o que lhe rendeu um Oscar de Atriz Coadjuvante.










Goya (Goya en Burdeos)
Espanha, Itália, 1999 - Diretor: Carlos Saura
Saura capta a fase final da carreira do mestre espanhol Francisco de Goya (1746-1828), durante o seu exílio voluntário em Bordeaux, na França. A fotografia de Vittorio Storaro (vencedor de três Oscar) é garantia de imagens esplendorosas, além dos "quadros vivos" interpretados pelo grupo La Fura dels Baus. Curiosamente, Franciso Rabal ganhou o Prêmio Goya (o mais importante da Espanha) pela sua interpretação.











Love Is the Devil: Study for a Portrait of Francis Bacon
Inglaterra, França, Japão, 1998 - Diretor: John Maybury
A tensão sexual latente nos quadros de Francis Bacon (1909-1992) é explorada neste filme, que se concentra no relacionamento do pintor britânico com George Dyer (interpretado por um então desconhecido Daniel Craig), 30 anos mais jovem. A semelhança física do ator inglês Derek Jacobi com Bacon é um achado. Os herdeiros do artista não autorizaram que nenhuma obra fosse mostrada. Como narrativa, está mais próximo do Caravaggio de Jarman do que de cinebiografias mais convencionais.





Lautrec
Espanha, França, 1998 - Diretor: Roger Planchon
Diferente da cinebiografia de John Huston, que mostra as noitadas do pintor francês no Moulin Rouge, o filme se concentra no próprio Lautrec (Régis Royer), principalmente em seu relacionamento com sua modelo Suzanne (Elsa Zylberstein). A cuidadosa reconstituição da época rendeu dois prêmios César (Figurino e Desenho de Produção) e Royeur ganhou o prêmio de Melhor Ator no Festival de Mar del Plata.









Artemisia
Itália, França, Alemanha, 1997 - Diretora: Agnès Merlet
Artemisia Gentileschi (1593-1652) foi uma pintora barroca italiana, a primeira mulher a ingressar naAccadema di Arte del Disegno de Florença. Filha do pintor Orazio Gentileschi, é enviada para estudar com o mestre Agostino Tassi, a quem depois acusa de estuprá-la, num longo e penoso julgamento. Indicado para o Globo de Ouro de 1998 como Melhor Filme Estrangeiro.










Os Amores de Picasso (Surviving Picasso)
Estados Unidos, 1996 - Diretor: James Ivory
Baseado no livro de Arianna Huffington, co-roteirista do filme, trata-se das memórias de Françoise Gilot, uma das mulheres de Picasso, com quem teve dois filhos (Claude e Paloma). O título em inglês define o dilema de Gilot: como sobreviver a Picasso, um homem genial e genioso, encantador e infiel, generoso e dominador? Anthony Hopkins é sempre um bom ator, mas um Picasso falando inglês com sotaque britânico
é difícil de engolir. Com Natascha McElhone e Julianne Moore.







Basquiat - Traços de uma Vida 
Estados Unidos, 1996 - Diretor: Julian Schnabel
Filme de estreia do renomado pintor norte-americano Julian Schnabel (que viria a fazer também os ótimos "Antes do Anoitecer" e "O Escafandro e a Borboleta"). O filme mostra a curta trajetória do pintor neo-expressionista Jean-Michel Basquiat (1960-1988), que começou pintando grafitis nas ruas de Nova York até alcançar fama mundial, vindo a morrer de overdose de heroína aos 27 anos. Uma curiosidade do filme é David Bowie no papel de Andy Warhol, seu "descobridor".









Carrington - Dias de Paixão 
Inglaterra, França, 1995 - Diretor: Christopher Hampton
O roteirista e diretor bissexto Hampton criou uma belíssima obra, que se concentra no relacionamento platônico e conturbado entre a pintora Dora Carrington e o escritor Lytton Strachey na Inglaterra vitoriana (ambos eram do grupo Bloomsbury, do qual fazia parte Virginia Woolf). Emma Thompson e Jonathan Pryce têm atuações impecáveis. Hampton ganhou o Grande Prêmio do Júri (concorria à Palma de Ouro) e Pryce,
o de Melhor Ator em Cannes de 1995.








Van Gogh
França, 1991 - Diretor: Maurice Pialat
O Diretor de "Sob o Sol de Satã" (Palma de Ouro em Cannes em 1987) registra os últimos 67 dias de vida do pintor holandês, quando ele se muda para Auvers-sur-Oise, cercanias de Paris, para se tratar com o Dr. Gachet. Jacques Dutronc ganhou o Prêmio César de melhor ator de 1992 por sua interpretação, das onze indicações que o filme recebeu.










Dalí
Espanha, Bulgária, 1991 - Diretor: Antoni Ribas
Cinebiografia um tanto pobre do amalucado pintor surrealista Salvador Dalí, aqui interpreado por Lorenzo Quinn, filho do ilustre Anthony Quinn. O filme se concentra em seu relacionamento com Gala (Sarah Douglas), a temporada que passaram em Nova York, em 1940, e sua colaboração com o cineasta Luis Buñuel. Vale apenas como curiosidade.











Van Gogh - Vida e Obra de um Gênio (Vincent & Theo)
Holanda, Inglaterra, França, Itália, Alemanha, 1990 - Direção: Robert Altman
O título asinino dado pela distribuidora do filme no Brasil dá a impressão de se tratar de um documentário sobre o artista holandês, e não o que o filme é: um retrato intimista da relação entre Van Gogh e seu irmão, Theodore. Destaque para a estupenda interpretação de Tim Roth. Originalmente concebido como uma minissérie de quatro horas para a BBC.








Gauguin, Um Lobo Atrás da Porta 
Dinamarca, França, 1986 - Diretor: Henning Carlsen
Donald Sutherland interpreta o francês Paul Gauguin. Após uma longa temporada no Taiti, o artista volta para Paris na esperança de ter sucesso com pintor. Ao mesmo tempo, precisa enfrentar a mulher, os filhos e sua ex-amante. Max Von Sydow faz o escritor sueco August Strindberg (que, em 1895, se recusou a escrever um texto de apresentação para uma exposição de Gauguin, chamando-o de "selvagem")








Caravaggio
Inglaterra, 1986 - Diretor: Derek Jarman
O diretor inglês, morto em 1994 em decorrência da AIDS, faz um retrato apaixonado - e livre - do pintor italiano, o maior gênio do Barroco. Nigel Terry interpreta Caravaggio na idade adulta, quando participa de um triângulo amoroso entre Ranuccio (Sean Bean) e Lena (Tilda Swinton, em seu primeiro papel no cinema). Com belíssimas fotografia e direção de arte, ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim.










Excesso e Punição (Exzesse)
Alemanha Ocidental, França, Áustria, 1981 - Diretor: Herbert Vesely
Cinebiografia não-linear do pintor austríaco Egon Schiele (1890-1918), famoso por seus retratos nus, considerado por muitos pornográficos e grotescos, chegando a ser preso em 1912 por supostamente seduzir uma menor de idade (no filme, interpretada por Karina Fallenstein). O alemão Mathieu Carrière (o Jan de "Malpertuis") interpreta Schiele, e Jane Birkin dá vida à sua companheira Wally.
 









El Greco
Itália, França, Espanha, 1966 - Diretor: Luciano Salce
Pelo cartaz ("O homem... a época... ambos pegando fogo... agora em filme!") já dá pra perceber que a obra não é das mais felizes. O ator norte-americano Mel Ferrer interpreta o famoso pintor renascentista, nascido Domenikos Theotokópoulos na ilha de Creta e falecido em Toledo, na Espanha. Uma nova cinebiografia do pintor, também intitulada "El Greco" e dirigida pelo grego Iannis Samaragdis, foi lançada em 2007.






Andrei Rublev, O Artista Maldito 
União Soviética, 1966 - Diretor: Andrei Tarkovsky
O controverso diretor de "Solaris", "Stalker" e "O Sacrifício" filmou a vida de Andrei Rublev (1360-1430), considerado o maior pintor russo de ícones, afrescos e iluminuras, canonizado pela Igreja Ortodoxa Russa em 1988. Sendo Tarkovsky quem é, espere tudo menos uma narrativa convencional. O filme, apesar de ter sido apresentado em Cannes em 1969, só foi lançado sem cortes na União Soviética em 1971, e é considerado por muitos uma obra-prima.








Agonia e Êxtase (The Agony and the Ecstasy)
Estados Unidos, Itália, 1965 - Diretor: Carol Reed
Um verdadeiro clássico, com cinco indicações ao Oscar, o filme mostra o embate entre Michelangelo (Charlton Heston) e o Papa Júlio II (Rex Harrison), durante a pintura do teto da Capela Sistina. Baseado no romance de Irving Stone, que dividiu o roteiro do filme com Philip Dunne. Curiosidade: a Capela Sistina não pôde ser usada para as filmagens e teve que ser reconstruída nos estúdios da Cinecittà em Roma.








Os Amantes de Montparnasse (Les Amants d Montparnasse)
França, Itália, 1958 - Diretor: Jacques Becker
Gérard Philipe interpreta o trágico pintor italiano Amedeo Modigliani em seu último ano em Paris, em 1919 (ele morreria em janeiro de 1920). Modigliani é apresentado à estudante Jeanne Hébuterne (Anouk Aimée), de família conservadora, que não aprova seu relacionamento com o pintor pobre e alcóolatra. Jeanne, que estava prestes a dar à luz pela segunda vez, se suicida um dia após a morte do artista.







Sede de Viver (Lust for Life)
Estados Unidos, 1956 - Diretor: Vincente Minnelli
Vincent Van Gogh é um prato cheio para qualquer cineasta: artista genial e trágico, obcecado por sua pintura, perturbado e incapaz de ter uma vida normal, que vive às custas do irmão Theo (James Donald). Kirk Douglas dá vida ao famoso holandês, que vende apenas um quadro em vida e tem pouquíssimos amigos, entre eles Paul Gauguin (Anthony Quinn, que ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante).




Moulin Rouge
Inglaterra, 1952 - Diretor: John Huston
O filme acompanha a vida do pintor Henri de Toulouse-Lautrec e suas andanças pela noite parisiense. Filho de um conde, o artista francês sofre um acidente na infância que deforma suas pernas, provavelmente em decorrência de uma distrofia. Já adulto, passa a frequentar o Moulin Rouge, onde bebe conhaque e se envolve com prostitutas, que são retratadas em suas pinturas e cartazes, morrendo aos 36 anos de alcoolismo e sífilis. O ator José Ferrer interpreta o artista.








Rembrandt
Inglaterra, 1936 - Diretor: Alexander Korda
O famoso ator inglês Charles Laughton interpreta o mestre holandês Rembrandt van Rijn no auge de sua fama, em 1642, quando sua adorada esposa morre e sua obra assume um tom sombrio e amargo que desagrada a seus patronos. O filme acompanha a decadência financeira e o ostracismo do pintor ao lado da criada Hendrickje (Elsa Lanchester), com quem ele não pode se casar.








Aguarde novidades, no proximo post falaremos de Camille Claudel (Escultura)

Nenhum comentário:

Postar um comentário